Em maio de 1984 a edição 65 da Revista Som Três, através do seu caderno especial Videoclube que analisava os jogos da época publicou uma matéria anunciando os planos da Dynacon para o lançamento do Módulo de voz do Odyssey no Brasil, o “The Voice”.
Ele chegou há pouco, mas já começa a falar…
Ele só tem um ano de idade, mas já anda com as próprias pernas. E agora, vejam só, garante que vai falar. Na Europa, o videogame conversa faz tempo. Qualquer adolescente pode voar com um super bombardeiro carregado de mis seis atômicos recebendo ordens da torre de comando, com aquela típica entonação metálica que só mesmo os radiotransmissores de filmes têm.
Potencialmente, a novidade já chegou ao Brasil. Com certeza, sete dos cartuchos Odyssey têm o dom da fala – entre eles, o simpático Come-Come, mas a Voz esteve engasgada até agora. Tudo porque falta ao console da Philips uma peça fundamental para que o grito se solte: um sintetizador de voz.
E é isso que os jogadores do Odyssey vão ganhar, provavelmente a partir do mês de agosto. O módulo chama-se The Voice, e não tem olhos azuis. Custaria hoje uns Cr$ 130 mil e, o mais curioso, será montado pela Dynacom, outra das empresas do mesmo setor de videogames. Milton Bo nano, diretor da Philips, as segura que sua fábrica não tem participação alguma no projeto, que diz conhecer e aprovar.
– Fizemos um acordo com a Philips para o desenvolvimento do periférico – revela Gabriel Almog, da Dynacom – e vamos comercializá-lo no segundo semestre em um módulo com características de design semelhantes às do Odyssey.
Além dos cartuchos já existentes com voz, o lançamento do reprodutor deve ser acompanhado por um programa que permita, através do teclado alfa numérico do console Philips, escrever mensagens para leitura da máquina. O mínimo que se pode dizer é que dá para aprender inglês: ela tem um acento britânico perfeito. Já com o nosso português, o periférico tropeça e não esconde sua procedência: só para se ter uma ideia, a palavra “Mariola”, The Voice lê como Méirlrioula. Mas basta um pouquinho de treino para entender tudo.
E essa não é a única novidade da Dynacom. Seu console Dynavision, compatível com o Atari, desembarcou nas lojas no final de março, como foi adiantado por SOMTRÊS Nº 63. Ele vem acompanhado de joysticks anatômicos, com duplo botão de tiro, e, opcionalmente, de um par de paddles. Preço aproximado: Cr$ 210 mil.
