Em 6 de abril de 1983 o jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria da jornalista Izilda Alves em seu caderno de informática sobre o lançamento dos videogames Dynavision e Odyssey na UD , alguns dados estão errados na matéria, mas o curioso é o plano da Philips de atingir em cinco anos de 5 a 10% dos lares de quem tinha um televisor.
Entre as atrações da próxima UD – Feira de Utilidades Domésticas, os videogames, jogos eletrônicos domésticos, serão, sem dúvida, os mais disputados. Na UD, que será realizada em São Paulo, de 14 a 21 de abril, no Anhembi, serão dois os estandes para a apresentação dos novos aparelhos videogames produzidos no Brasil: o da empresa brasileira Dynacom Sistemas Eletrônicos Ltda, que estará lançando o Dynacom Personal Computer, e o da Philips, que estará apresentando o Odyssey.
O Dynacom Personal Computer é inspirado no videogame norte-americano Atari, tem teclado alfa-numérico, permitindo a criação de programas em Basic. Possui também comandos opcionais: o joystyk, que se movimenta nos quatro sentidos para cima, para baixo, esquerda e direita – e o paddle, com movimentos para a direita e para a esquerda. O Dynacom Personal Computer estará nas lojas especializadas quarenta dias após a UD, como garante o diretor comercial da empresa, Jerry Mayo. Seu preço será em torno de Cr$ 120 mil. Já o Odyssey, dotado de teclado alfa-numérico que permite a inserção de letras ou palavras na tela, é essencialmente para jogos e ainda não tem data prevista para a comercialização no Brasil. A Philips só adianta que ele estará nas lojas até o final do ano.
O videogame da Philips é conhecido nos Estados Unidos como Odyssey e, na Europa, como Videopac. Foi lançado em 1976 pela subsidiária da Philips nos Estados Unidos, a Magnavox, que hoje exporta esse modelo para a Venezuela, Chile, Peru, México e Japão. No Brasil, a Philips obteve, em dezembro, a autorização da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) para a produção do Odyssey. Segundo o gerente-geral da Philips, Franco Consonni, a empresa pretende nacionalizá-lo o máximo possível em um ano e meio. Também a Dynacom, que tem fábrica em São Paulo, pretende produzir seu aparelho em Manaus, devido à isenção de IPI que beneficia em 30% o consumidor. “Estamos estudando uma composição em Manaus com empresas como a Evadin e a Gradiente”, explica o diretor da empresa, Gabriel Almog.
O Dynacom Personal Computer mede 30 cm de largura, 30 cm de profundidade e 8 cm de altura e aceita qualquer cartucho em linguagem Atari. O Odyssey tem 10,6cm de altura máxima, 33,5cm de largura máxima, 34,5cm de profundidade e só aceita cartuchos padrão Odyssey.
A Dynacom vem produzindo, desde o final do ano passado, cartuchos de fabricação nacional adaptados do Atari. Começou com dois mil cartuchos e produz, hoje, dez mil.
Temos em biblioteca 150 títulos – informa Gabriel Almog. Achamos que o mercado tem capacidade para 15 jogos novos por mês e estamos estruturados para produzir dez mil cartuchos mensais na nossa fábrica de São Paulo.
A Dynacom já tem reservas de cinco mil aparelhos, segundo Gabriel Almog, e tem como expectativa produzir 20 mil aparelhos por mês. Ele revela que no final de março a empresa fechou negócio de 100 mil dólares com o Panamá e a Venezuela para exportações de cartuchos.
A Philips, que deteve no ano passado 25% do mercado europeu e 15% do norte americano em aparelhos de videogame, estima que, no Brasil, alcançará em cinco anos, “5 a 10% dos lares que têm aparelhos de teve em cores”, conforme prevê o gerente da Divisão Produtos Vídeo, engenheiro C.A.Cardoso.